segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

PROJETO ELEITOREIRO USANDO UM CADÁVER COMO ESTANDARTE, ABSURDO!!!... POR

O velório quase se transformou em um comício.



Aquelas pessoas compadecidas e solidárias que anteciparam a reprovação a eventuais manifestações de natureza político-partidária no episódio do passamento da Marisa Letícia devem estar perplexas com a transformação do velório em evento de palanque que, por iniciativa do viúvo, se transformou em comício com direito a todas as palavras de ordem disfarçadas de manifestação de pesar pela perda.


Animal político como é em cada uma das suas entranhas, o viúvo não resistiu à oportunidade verberar acusações difusas e inominadas – ainda que dirigidas a Sérgio Moro – pela morte da mulher, como a desconsiderar que o aneurisma que a matou era precedente a todos os fatos que compõem o seu drama e o dos demais agentes políticos do país que estão ou que serão indiciados. Eticamente condenável, o seu desrespeitoso comportamento deu-se no público, com o tal discurso, e no privado, quando se pretendeu conselheiro do presidente herdeiro. O cadáver ali na urna e o viúvo intentando discutir reformas foi demais. Extrapolou!


Mas, não foi só isso! Toda a sua postura ao longo do comício pareceu estimular depoimentos de membros do PT com e sem mandato sugerindo a intocabilidade de sua liderança que já não parece tão sólida. Em momentos, o cadáver ali no recinto pareceu um detalhe de importância relativa ante a enfurecida turba da militância com faixas, cartazes, palavras de ordem, inclusive para hostilizar o presidente herdeiro que, naquele momento, levava tão somente um gesto de solidariedade, talvez em retribuição a gesto do Lula acontecidos na morte de Ruth Cardoso. Como aquele pessoal não aprendeu a separar as coisas, decidiu também hostilizar e impedir o trabalho de profissionais de uma empresa de televisão. De notar que, além da turba, houve ainda o bispo para inflamar o episódio, representando, ou não, a igreja católica.

Olhando para o evento, certamente ainda cabe a comiseração e o apoio espiritual à família enlutada, mas é difícil conceder credo absoluto às lágrimas e à insistência do viúvo que há muito adota a prática da vitimização, desta feita usando sem pejo a perda familiar quando, na verdade, deveria se penitenciar por haver negligenciado a orientação médica de tratamento adequado desde o surgimento do aneurisma.

Certamente o discurso do Lula animou muito os sectários como o Lindbergh que classificou a morte da Marisa como o resultado de uma perseguição implacável do Juiz Moro. Mas, para a parcela esclarecida, o comício, além de extremamente reprovável, pode ter sido um tiro no pé daquele que pretendeu cacifar seu projeto eleitoreiro usando um cadáver como estandarte.



Por: Luiz Saul Pereira
        Brasília - DF

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