sexta-feira, 14 de outubro de 2016

MAS, EU NÃO SOU TEMER ... POR LUIZ SAUL




Vai que o Michel Temer embarcou para a Índia e Japão, Marcela a tiracolo, com o propósito de se mudar do Jaburu para o Alvorada, no retorno.
 
Se eu fosse ele, pensaria duas vezes. Em primeiro lugar pelos miasmas deixados ali pela antecessora que se notabilizou pelos maus bofes no trato e no maltrato das pessoas que transitavam por aquelas instalações, não importando se eram auxiliares no transporte de tão pesada carga presidencial e espiritual de então, ou se eram humildes serviçais sob as mãos e os pesados pés daquela senhora. Isso sem falar no fantasma canino do Nego que poderá assombrar os jardins dali.

Em segundo lugar, tem o aspecto de o Jaburu estar mais próximo do aeroporto, e, na hipótese de uma retirada precoce determinada pelo Superior Tribunal Eleitoral, o esforço e o preço do frete deverá ser bem menor. 

Em que pese alguns sinais do retorno da confiança e a momentânea liderança que o presidente e sua equipe exercem sobre o Congresso, mormente pela aprovação maciça da PEC 241, e pelos sinais de submissão aparente a outras medidas engendradas no Palácio do Planalto, remanesce latente a antiga denúncia do outrora adversário e hoje aliado PSDB contra a chapa dilma/Temer.

Nos dias de hoje, o processo tem vida própria, sem direito a arrependimento da turma do Aécio, e talvez até uma torcida por um segundo impeachment e a consequente eleição indireta em 2017, com candidatos de suas fileiras, tipo FHC, Alckmin e o próprio Aécio Neves. Na distante rabeira, o Serra... Ali não tem nem inocentes nem amadores.

Concomitante a tais circunstâncias, a erupção das delações premiadas, ainda mais agora, com o cumprimento das penas em regime fechado a partir do julgamento em segunda instância, vem patrocinando um espetáculo de terror em toda a Esplanada, com um caudal de denúncias e suspeitas que também se aproximam do Michel Temer e podem eventualmente determinar a sua defenestração. 

Ora, ponderando que tais suspeições, se atingem o Temer, abalroam basicamente os restantes morubixabas da totalidade dos partidos mais representativos da República, parece inquietante olhar o futuro com uma perspectiva de o último a sair que apague a luz, e entregue as chaves, quem sabe, ao ACM Neto, que, em plena moita, vem treinando, na Bahia, com boa gestão e ajuste fiscal, há tempos. E foi campeão de votos.

A única possibilidade de alívio dessa turma toda poderá ser a intenção nunca escondida de muitos parlamentares tidos como importantes, mas igualmente envolvidos em processos seria a rediscussão que já vem sendo ensaiada da Lei do Abuso do Poder para amordaçar a República de Curitiba. O Jucá que o diga. Mas, aí então estarão abusando do poder em escala planetária. 

Por isso, se eu fosse o Temer, eu não mudaria por enquanto para o Alvorada. Mas, eu não sou o Temer.


Por: Luiz Saul Pereira
        Brasília - DF

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