quinta-feira, 29 de setembro de 2016

"EM TERRA DE GAVIÃO URUBU VOA NAS COSTA" - POR LUIZ SAUL




Ainda a confirmar, parece que está sendo ensaiada uma estranha especulação nas entranhas dos corredores e bastidores da Pátria Deseducada. A confirmação transitaria pela reprovação da chapa dilma/Temer, pelo TSE, determinando assim a vacância do cargo e a consequente eleição indireta, no plenário do Congresso, para a escolha de um presidente tampão. Daí que todas as encruzilhadas estarão sendo ocupadas por galinhas afro-brasileiras augurando a queda do presidento. 

Nesse teórico cenário de descomedida sofreguidão política poderia estar desabrochando ninguém menos do que Fernando Henrique Cardoso, com base nos conchavos e também na ausência de impedimentos, mas principalmente no Artigo 81 da Carta, o qual enseja a eleição indireta de Presidente e Vice-Presidente da República, quando ambos os cargos vagarem. Um já vagou, o dela, e, o outro, vagaria pela ação do TSE. 

Releva notar que quando se trata de ambição política, seus agentes encontram-se em plantão permanente, e mesmo retirados da vida pública, mantêm um sonho, um terno e uma gravata preparada para o retorno ao poder. No caso do FHC, parece quase certo que se encontre a postos, e babando ante a perspectiva de vingança contra aqueles que nos últimos mandatos intentaram desconstruir sua imagem.
 
Em sua biografia, além de constar, dentre outros fatos, o exílio nos tempos dos coronéis, tem também a passagem pela dupla Itamar/FHC que proclamou o Plano Cruzado e estabilizou a economia nacional, mas, principalmente um mandato de Presidente insatisfatório e profundamente questionado em que pontificou a tentativa de redução do Estado pela via de privatizações de empresas estatais.

As privatizações são defendidas até hoje como medida de estabilização, e não seriam pecados no caso do Fernando Henrique, não fossem os preços de irracional liquidação com que os bens nacionais foram oferecidos ao martelo do leiloeiro. 

Um verdadeiro tiro no pé da nação, escancarado no livro do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, com o nome de Privataria Tucana, que não só denunciou os valores praticados, mas também muitos envolvimentos reprováveis ou suspeitos de executivos e agentes políticos que ainda orbitam a vida pública, alguns dos quais surfando cargos de ponta, ora no Governo, ora em estatais, ora em consultorias privadas.

Ainda assim, nada impede a aspiração, uma vez que naquela época não emergiu um tipo de República de Curitiba apurar e encarcerar eventuais responsáveis por crimes agora caducados. 

Não se sabe se é verdadeira a hipótese. Mas, se for, o ex-presidente tem em seu favor a circunstância de andar um tanto afastado do noticiário dos escândalos financeiros, ainda que um ou outro delator premiado sugira, vez em quando, que a “coisa” vem dos seus tempos. 

Ademais, como se trataria de um mandato tampão até o ano 18, poderia contar ocasionalmente com a simpatia daqueles do PSDB, seu partido, que brevemente estarão se engalfinhando pela indicação como candidato, que são Aécio Neves, Geraldo Alkmin e José Serra, em qualquer ordem de fatores para a briga de cachorros grandes.

Mas, por enquanto, não passa de uma especulação, estranha especulação, que não se deve desconsiderar. 
Enquanto isso, é bom que se precate o presidento. Em terra de gavião urubu voa de costa.





Por: Luiz Saul Pereira
        De Brasília - DF

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