sexta-feira, 19 de agosto de 2016

O HORIZONTE SE REVELA AINDA MAIS TURVO - POR LUIZ SAUL


No início de setembro, depois da expulsória da pokemona sapiens, nós, o zé povinho, acordaremos com a garganta seca de insegurança, suor frio, e severas interrogações a respeito do futuro. Isso porque a simples substituição da ex-presidente, e mesmo a despetização dos palácios não se afigurarão garantidoras de solução para tantos problemas do país, não criam um botão mágico, e nem impõem competência, compromisso e alguma prosaica dose de patriotismo nos novos ocupantes do Poder. 


Por enquanto, embora com o cenário esperançosamente mudado, a manutenção dos mesmos agentes políticos sugere apenas uma didática e cautelosa reorientação de procedimentos dos mesmos no flerte com o delito. Na atual legislatura até parece que o animus criminis é genético, como a propor a substituição de todos para um recomeço.

Não haveremos de esperar muito da gestão Temer, tanto pela exiguidade do seu tempo, quanto pela oposição predatória que já esboça olhando para 2018, e ainda porque pendula sobre o seu mandato a decisão quase iminente do Tribunal Eleitoral, doravante com a torcida do PT et caterva que agora concordarão que a eleição da dupla foi espúria de fato. 

Tem a questão dos ministérios, mormente aqueles recriados por pressão de terceiros, fazendo com que o Interino se submetesse à velha e desbotada política de se ajustar segundo as conveniências de permanência no cargo. Em tal aspecto, tudo ficou igual aos tempos do Lula/dilma com a troca de apoio e votos pelo acolhimento de acólitos.
Além disso, há que se perceber alguns dos ministros. Embora alguns revelem-se inexpressivos e abaixo da altura para as funções, tem aqueles virtuais candidatos à Presidência da República, no ano 18, os quais já se constituem em principais bolas da vez, na mira da concorrência. No caso, estão o chanceler José Serra (sem que se saiba ainda o partido), e o titular da Fazenda, Henrique Meireles, que não afirma mas jamais nega o sonho dourado de ser Presidente. 

O horizonte revela-se ainda mais turvo quando e se imaginamos as outras possibilidades.
Não vale, a meu ver, pensar no Moro. Seria desfalque sem tamanho à Justiça e ele não parece ser um político. Nem vale também ressuscitar o Joaquim Barbosa, que apesar do enorme serviço prestado ao Brasil, no case Mensalão, era e é um déspota, que trataria o país a chicote.

Dos restantes prováveis não parece possível pensar em Bolsonaro, como alguns democraticamente defendem. Em beligerância, o deputado assemelha-se à perfeição com o Donald Trump, e isso basta. 

Aí tem a Marina Silva, figura pretensamente camaleônica, mas que, na verdade, mais se parece oportunista em seus desaparecimentos de conveniência em momentos críticos que exigem posicionamentos, para ficar tecendo teias nos bastidores. Não se pode esquecer, por exemplo, a questão do desastre ecológico de Mariana, no qual essa autodenominada ambientalista não apareceu e sequer se pronunciou. É uma mulher perigosamente estranha pensando suceder outra mulher perigosamente incompetente. 

E, por fim, tem o Lula, se não estiver preso na época. Quem se arrisca?


Por: Luiz Saul Pereira
        Brasília - DF

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