quarta-feira, 11 de maio de 2016

FOI UMA SUPER SEGUNDA - FEIRA... POR LUIZ SAUL


Nem se pode afirmar que o deputado Waldir Maranhão usou os seus 15 minutos de fama ao pretender anular retroativamente a decisão dos deputados, especialmente depois de o processo haver saído do âmbito de atuação da Casa, e transferido ao alvedrio do Senado Federal. Ao invés da efemeridade da fama, o interino parece haver sido capturado por um ventríloquo prestidigitador que lhe deu a voz para a produção de suspeitosa e extemporânea medida, a qual, por insana e desamparo institucional, não prosperou. 

O episódio expôs o despreparo intelectual e a debilidade moral que caracteriza muitos dos chamados representantes do povo, expressão que afinal não passa de um apelido. No caso, está-se falando de um membro honorário do fundão do baixo clero. Aliás, é de se esclarecer que pertencer ao baixo clero não é um pecado e muitas vezes funciona como escolaridade para aqueles que se eternizam no engano ao eleitor. Mas, no caso, fica difícil uma avaliação que fuja de classificar o Waldir Maranhão como uma vaca de presépio ou mero instrumento da tentativa de embaralhar o processo.

Ingênuo e bronco, pôs-se a serviço das manobras acreditando na recompensa de ingressar nos salões do olimpo palaciano. Incapaz de avaliar a impossibilidade de vingar a tramoia a que foi arrastado, sofreu um tipo de revés que ainda se desdobrará ao longo da sua carreira de ideologias ocasionais como as ondas. Ao longo do dia migrou da condição de vaca de presépio para a de boi de piranha. 

Apesar disso, e mesmo invalidando no fim da noite a sua medida de pretender cancelar o processo do impeachment, não estará livre da armadilha em que se meteu, já que os partidos pedirão a sua cabeça na Comissão de Ética, e o seu partido examinará a sua expulsão. 

A tensão que se seguiu na Esplanada, após a cartada da pusilanimidade concentrou-se na expectativa da reação do Renan Calheiros, Presidente do Senado, para quem a bola foi passada. Isso porque, nunca se sabe de que lado ele está. Parece que a sua bipolaridade atende pelo nome de conveniência de ocasião. 

Mas, nessa super segunda feira, escolheu o lado da Constituição, e ignorou o requerimento do Maranhão, para dar prosseguimento à proposta aprovada pelo plenário da Câmara. E, para comemorar mais um dia de vitória pessoal, ainda emplacou a inevitável cassação do mandato do Delcídio do Amaral, que alguns dos coleguinhas pretendiam estender a discussão, como fez o Eduardo Cunha.

Enquanto isso, cresce no Exterior a sensação de que definitivamente o Brasil está se transformando em uma república de banânia graças as ambições de botequim de muitos dos seus agentes políticos, os quais, seguindo a tradição, já estão pressionando o possível presidento para a repartição do butim de um país quebrado, desacreditado e mal pago. 

Mas, voltando ao assunto, foi uma bela segunda feira!



Por: Luiz Saul Pereira
        Brasília - DF

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