quarta-feira, 7 de outubro de 2015

PIOR DO QUE ESTÁ NÃO PODE FICAR? FICOU! - POR LUIZ SAUL




Brasília, ou pelo menos aquela parte da Capital em que transitam e se sentam os chamados representantes do povo, já foi cognominada de ilha da fantasia, mas hoje se assemelha ao Quadrilátero do Mal Assombro.
 
Eu explico – um. Não bastassem as agruras acumuladas, de repente caiu no colo da ex-presidente o provimento, pelo TSE, do recurso impetrado pelo PSDB com vistas à continuidade da investigação sobre abuso de poder econômico e também político durante a campanha recente. E a ação está reaberta. Para complicar, a suspeição de achaque à UTC pelo Ministro Edinho Silva pode eventualmente até ser desclassificado quanto ao achaque, mas talvez não o consiga quanto à origem dos R$7,5 milhões “oferecidos” como doação, que poderiam haver-se originado nos cofres da Petrobrás.
 
Eu explico – dois. No dia seguinte, entre desespero e desespero, a agenda do TCU está pautando a avaliação da magia da contabilidade institucionalizada pela ideologia petista, com indicativo de rejeição. Ora, o Planalto sabe que o TCU, mesmo não integrando o aparato do Judiciário, e constituindo apenas um órgão de peritagem e de auditoria, não dispõe de alçada para a rejeição. Mas, o Planalto também sabe que, na hipótese do apontamento pela não aprovação – que parece iminente –, o assunto configurará o melhor combustível para alimentar os partidários do encurtamento do mandato em curso. Por isso, a aflição sperneandi tentou em vão mandado de segurança ao STF para a interrupção do julgamento e o consequente afastamento do Ministro Augusto Nardes da relatoria do caso.
 
Eu explico – três. Depois de sucumbir ao Lula, ao PMDB e ao PDT na cessão de tantos ministérios e de uma enorme fatia de poder e de orçamento, além de aceitar a “invasão” do gabinete presidencial, o mesmo Planalto acreditou em vitória e pôs as sandálias altas para o baile de gala. Dançou de forma diferente, uma vez que nas duas sessões seguintes do Congresso para a aprovação dos vetos, os partidos “amigos”, dentre os quais o próprio PT, negaram-lhe o quórum. Daí que o Renan, por enquanto aliado do Palácio, decidiu que só marcará nova sessão do Congresso para a apreciação dos vetos quando for “prudente”. Prudente, no caso, pode ocupar cem laudas em letras miúdas.
 
Eu explico – quatro. O Planalto sabe que, mesmo enfraquecido, enquanto estiver na presidência da Câmara, a sombra do deputado Eduardo Cunha constituirá um perigo constante e crescente. O estrebuchamento final do deputado já está em andamento com a desarticulação do seu ex-amigo também deputado Leonardo Picciani, que vinha se arvorando em líder informal da Câmara. Daí que o Cunha criou uma espécie de blocão e derrubou os movimentos do new queridinho do Palácio.
 
Eu explico – quatro e meio. Mas, isso não é o pior, uma vez que o espectro de uma visagem mais assombrosa se refere ao desejo de vingança do Eduardo, que a qualquer momento, pode acolher uma das propostas de impeachment, e determinar a formação da Comissão Especial para a avaliação do assunto. O Eduardo sabe que, perdurando e se confirmando as condições atuais, a presidência da Câmara e o próprio mandato se encontram em coma irreversível. Assim, não há mais nada a perder. 
 
Eu explico – cinco. Como as inquietações não constituem exclusividade do Planalto e do Cunha, vai que o morubixaba mor do DEM, senador José Agripino Maia, teve sugestão de abertura de inquérito ao STF, pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, por suposto envolvimento com propina recebida da OAS, no processo de construção da Arena das Dunas, em Natal. Não existe ainda prova provada, mas o senador provavelmente não dispensará um rivotril, doravante.
 
Entenderam?



 
Por: Luiz Saul Pereira

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