sexta-feira, 2 de outubro de 2015

A GENUFLEXÃO FEITA PELO PLANALTO AO PARTIDO ALIADO VAI ADIANDO A REFORMA - POR LUIZ SAUL


Na composição dos governos brasileiros de coalização sempre se compreendeu o conceito de ministros nomeados dentro do que se chamou cota pessoal dos presidentes. Eram escolhas circunscritas à relação de confiança dos mandatários, independentemente de conchavos ou entendimentos para a composição do governo. Agora, pela primeira vez na história desse país esse tipo de escolha não somente passou ao largo, como principalmente transformou a presidente em uma “cota pessoal” do PMDB. Ela só ficará ali se o partido quiser e permitir.

Somente assim, com a genuflexão feita pelo Planalto ao partido aliado, para garantir a manutenção da dilma no cargo, há de se compreender o movimento de rodízio ministerial que não pode ser chamado de reforma. O ajoelhar presidencial sob a supervisão do Lula é tamanha que até o Mercadante, que era o irremovível porta chaves do bunker, deverá ser rifado para ser compensatoriamente lotado no Ministério da Educação, com a enorme comoção da presidente. 

Significa que, embora mantida com o galardão de comandante em chefe, a mandatária será aos poucos transformada em diretora social do país, uma vez que o poder lhe escapou das mãos, e que não se atreverá a cometer movimentos de falsete que possa desagradar os seus captores. 

E nem há de se dizer que esteja em boas mãos, pois que a cada evolução das notícias vindas de Curitiba, ou da Suíça, ou de Marte, tremem as estruturas de cada qual. 

A história conta que, com a abdicação do Pedro, nos idos de 1800, instalou-se aqui a Regência Provisória Trina, e depois a Permanente Trina, substituída pela Una do Padre Feijó, sucedida pela Una de Araújo Lima. Tudo isso enquanto o outro Pedro ganhava idade para assumir a coisa. Hoje, embora república, o Brasil encontra-se novamente sob um regime multi regencial desorganizado em que todos mandam ou pelo menos dão palpites. 

Tem o Lula (que manda) e a trupe do PT (que tira a escada); o Temer (que aguarda lambendo os beiços); o Cunha (que acunha); o Renan (que só finge); a CUT (que ameaça); os MST/MTST (que invadem); o Mercadante (que desmanda), e outros tantos que perceberam a fragilidade política, cultural e psicológica da madama presidente e virtualmente assumiram o país. E o pior é que a oposição são eles próprios. 

Tudo isso e mais um pouco explica a divulgação das novas pesquisas de avaliação apontando a confirmação dos mais elevados índices de desaprovação dos ocupantes do Palácio do Planalto que vêm mantendo a espiral negativa da apreciação da sociedade em relação aos governantes.

Não parece razoável a manutenção de um mandatário de alta envergadura transformado em alvo de chacota interna e externa, com todo o noticiário apontando para uma terceirização das medidas. No caso do Brasil, a presidente está a reboque dos humores de todos, ainda que ostente uma aparência de inocência passiva, própria de quem há muito se despediu da realidade. 

Os caminhos das negociatas apontam para a sua manutenção até o término do mandato, acaso não aconteça um fato novo gerado no TCU ou no TSE, uma vez que se depender dos parceiros políticos nada acontecerá. Sem a participação daqueles tribunais, haveremos de sofrer uma transição entre a fogueira e o incêndio, que “eles” chamarão de travessia para a recuperação. Cinismo em alta. 

Mas, nem assim os assuntos estarão resolvidos. No momento, os representantes do fisiologismo e do nepotismo estão em alta. Basta notar a pressão do papai Barbalho para a manutenção do filhinho Barbalho em um ministério, ainda que o mesmo não disponha de biografia. 

E assim, o anúncio da “reforma” vai sendo adiado até a acomodação final


Por: Luiz Saul Pereira

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