Na versão dos seguidores do Planalto o termo “golpe” apenas mascara a incapacidade de enfrentar a realidade do estertor de um governo desastrado e desastroso. Mas, na versão apresentada pelo narcotraficante Evo Morales, da Bolívia, ameaçando invadir o Brasil com as suas forças armadas, na hipótese da queda da dilma, a interpretação cocaleira sobre o que chamaria de golpe, sobre ser risível, transparece a percepção de uma perversa desmoralização em que se encontra o Brasil sob o PT.
Não há muito que estranhar no comportamento boquirroto e tresloucado do indiozinho do Chavez, ao qual o Brasil do lulopetismo tudo sempre permitiu. Basta notar a expropriação de ativos da Petrobrás praticada pela Bolívia sem qualquer indenização, na oportunidade em que o Lula aquiesceu que aquele país tinha o direito de defender a sua soberania, implicando assim aprovar o assalto à mão armada e de alguma forma se conluiar com o malfeito. Não obstante, continua sendo recebido em tapetes e regabofes pelo Planalto, sem que se lhe cobre pelo menos um comentário. Por isso que, com o ego inflado pela impunidade, pelo folclore e pela folha de coca, o boliviano sem graça tem a desfaçatez de ameaçar a soberania nacional brasileira. E fica por isso mesmo em um silêncio retumbante.
Tudo parece combinar com a desmobilização moral que tem caracterizado a grande parte dos chamados agentes públicos da quase totalidade dos partidos, os quais, por medo e por instinto de sobrevivência se apegam a qualquer tábua de salvação à deriva no mar de lama, sem qualquer observação de ética, no melhor estilo do salve-se quem puder.
O melhor exemplo do esgarçamento dos cânones da decência e do pudor político reside justamente no noticiário de que o Lula estaria tentando induzir ou convencer o José Dirceu a renunciar à filiação ao PT. Ora, esse chute em cachorro morto em nada serviria para a ressurreição de um partido vitimado pela impudicícia e pela libertinagem administrativo-financeira de parte dos seus filiados. A outra consequência lógica seria apenas a exposição de um partido jogando ao mar um de seus mais eminentes membros, há apenas pouco tempo tido como o seu guerreiro sagrado e capitão da equipe. Sobre esse assunto, aliás, é importante que os petistas estejam atentos, uma vez que, como eles próprios sabem, não é bom ter o Dirceu como inimigo. Vai que ele abre a boca...
Retornando à definição interna de uma ou outra conveniência de “golpe”, tem-se na verdade a aproximação do cotejo do governo com a realidade. Ainda agora o Superior Tribunal Eleitoral, retomando a avaliação das ressalvas da aprovação das contas da campanha recente, encaminhou ao Ministério Público e à Polícia Federal o que se afigurou como irregularidades e crimes eleitorais para o aprofundamento das investigações.
Além do sinal de alerta vermelho total, a Corte afasta a concepção disseminada de sua associação com os crimes, uma vez que todos os desvios dos dinheiros das estatais para beneficiarem políticos e partidos vêm sendo propaladas como doações legais devidamente aprovadas pela justiça eleitoral. Nesta altura, “líderes” do governo do tipo Sibá Machado e José Guimarães, por não conhecerem o significado da palavra “ressalva” estão bradando o erro da Corte, uma vez que as contas foram aprovadas por unanimidade. É no que dá ter líderes dessa estatura cultural. A propósito, a última pérola do Sibá é que as manifestações de rua estão fora de moda. Eu também diria isso depois do dia 16 de agosto.
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