terça-feira, 11 de agosto de 2015

O HOJE PODE SER O INVERSO DO AMANHÃ ... POR LUIZ SAUL



Na antessala do jantar SOS promovido pelo Alvorada, eu imagino que a dilma se constrangeu com a solidariedade e a comparação que o Fernando Collor pretendeu definir o seu momento de l992 e o atual da presidente. Isso porque, se cabe a solidariedade, não é pertinaz a comparação. A única coisa que bate é que ambos foram legitimamente eleitos. Mas, perto do Collor, a dilma é pura, casta e ainda por cima, bela.

No restante, apesar de estrategicamente ausente do festim, o Renan Calheiros resultou beatificado com a aura da moderação e do estadismo patriótico capazes de barrar a considerada pauta aloprada da Câmara. O Planalto conta com esse camaleonismo do senador alagoano talvez sem se dar conta que o de hoje pode ser o inverso do de amanhã. Aliás, é bom que se diga que a sua ausência entre os comensais, longe de parecer uma descortesia, foi precedida de outra pauta também inquietante de sua autoria e pomposamente chamada de Agenda Brasil que entregara à equipe econômica horas antes, como a confirmar que não há almoço grátis.
 
Já quase imortalizado pela persistência em percorrer os meandros da apegação ao poder, o Renan ressurge migrando da recente oposição para transformar-se, na visão do Governo, no ponto do equilíbrio da governabilidade. Assim é que, de repente, não mais que de repente, o “moderado” Renan integrar-se-á à equipe que já conta com o Levy Mãos de Tesoura, o quase presidente Temer, além de Nelson Barbosa e outros menos votados na tentativa de garantir a própria sobrevivência e a do mandato em curso.
 
A indagação seguinte ficará por conta do teste de liderança do Renan, na condição de presidente do Senado Federal. Isso porque a arregimentação dos demais senadores à sua “moderação” poderá, ou não, ter êxito. Embora a ambiência da Casa seja menos beligerante do que a Câmara dos Deputados é quase certo que registra votos de oposição ferrenha e que não se encantará pela sereia do Renan. É razoável supor que a recusa sistemática daquilo batizado de pauta bomba, mas que embute apelo popular, não está fora da percepção dos senadores para uma boa avaliação das perspectivas de futura reeleição, ou de concorrência a outros cargos eletivos.

Assim, é melhor dizer que os dados estão lançados, embora as apostas não estejam encerradas nem nunca estarão. Este, o resultado do jantar oferecido ontem, 10/8, pela dilma, na minha visão.



Por: Luiz Saul Pereira

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