terça-feira, 25 de agosto de 2015

CARTA À REDAÇÃO - QUEM FOI ALFREDO DE CARVALHO - POR ANTÔNIO TIMÓTEO

Caro Carlos,
Fui aluno do Grupo Escolar Alfredo de Carvalho, nos idos de 1957/58. O educandário funcionava no prédio original, que foi construído durante o Governo de Carlos de Lima Cavalcante, lá pelo ano de 1935 e está situado na Rua da Caridade. O prédio constitui um exemplo de uma obra pública: durável, funcional, bonito, portanto adequado para o que se destinava. Em 1960, inauguraram uma escola nova e levaram o nome "Alfredo de Carvalho" juntamente com o corpo docente e discente para as novas instalações. Restou para o velho prédio receber a Escola São Vicente que antes funcionava na periferia da cidade, no lugar, então, denominado "Surrão". Ainda bem que continuou sendo escola.Desde aquela época eu buscava saber quem foi Alfredo de Carvalho.
Fui buscar na WEB e divido com os triunfenses, como eu curiosos e leitores do Opinião, o resultado que está anexado. Fineza publicar se possível tendo essa mensagem como preâmbulo.

 
Por: Dr.Antonio Timoteo Sobrinho





Lúcia Gaspar

Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco

Alfredo de Carvalho nasceu no dia 27 de junho de 1870, na cidade do Recife, Pernambuco, filho de Thomaz Ferreira de Carvalho e Julieta Cristina de Carvalho.

     Cursou o primário e o secundário no Recife, viajando depois para Hamburgo, na Alemanha, onde iniciou o curso de engenharia civil. Sem concluí-lo, voltou ao Recife, em 1888, indo trabalhar como auxiliar técnico nas obras de construção da estrada de ferro de Caruaru.

     Em 1890, desejando continuar a estudar engenharia, entrou para o Exército, matriculando-se na Escola Militar do Ceará. Envolveu-se, no entanto, na revolta da fortaleza de Santa Cruz e, por isso, teve que abandonar a carreira militar, em 1892, viajando em seguida para os Estados Unidos, onde concluiu seu curso de engenharia na Escola Politécnica da Filadélfia.

     Diplomado, voltou ao Brasil, em 1894, e foi nomeado engenheiro ajudante. Depois, residente da estrada de ferro Central do Brasil, no Rio de Janeiro, conseguiu, posteriormente, transferência para a Central de Pernambuco, como engenheiro de primeira classe.

     Fez concurso para a cadeira de Mineralogia, Geologia e Meteorologia do Ginásio Pernambucano, do Recife, sendo classificado em primeiro ligar, porém o concurso foi cancelado pelo Estado.

     Realizou uma excursão pelo Amazonas, fazendo trabalhos na área de topografia, mas adoeceu e teve que voltar para Pernambuco.

     Em 1899, mudou-se para a cidade de Santos, em São Paulo, convidado para redigir o jornal Cidade de Santos.

     Em 1900, devido a morte da sua mãe, voltou ao Recife, fixando-se na cidade definitivamente.

     Casou-se com Marieta Siqueira de Carvalho e passou a exercer as funções de engenheiro fiscal de usinas de açúcar de Pernambuco.

     Participou de diversas entidades literárias e científicas, entre as quais a Academia Pernambucana de Letras, da qual foi presidente; do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucanoda Academia Cearense; dos Institutos Históricos e Geográficos da Bahia e do Rio Grande do Norte; do Centro de Ciências, Artes e Letras de Campinas, SP; da National Geographical Society e da Anthropological Society, ambas com sede em Washington, nos Estados Unidos.

     Falava alemão, inglês, holandês, francês, italiano e espanhol. Fez diversas traduções para o português de obras em alemão, holandês e francês, entre as quais Diário de um soldado da Companhia das Índias Ocidentais, do alemão Ambrosio Richshoffer (1897); Olinda conquistada, do holandês padre João Baers (1898); O Diário de expedição de Mathias Beck ao Ceará em 1840 (holandês, 1903); Notas dominicais, do francês L. F. Tollenare (1904).

     Foi colaborador de jornais e revistas, como o Diario de Pernambuco, o Jornal do Recife, Revista Brasileira, Revista Pernambucana, Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano; as Revistas dos Institutos Geográficos e Históricos da Bahia do Rio Grande do Norte, Almanaque de Pernambuco. Muitas vezes escrevia sob os pseudônimos de Robur, Aldecar, Philoclio, P. Pacífico, Heraldus.

     É autor, entre outras, das seguintes obras: Jornais pernambucanos, 1831-98 (1899); A imprensa baiana, 1811-98 (1899); Frases e palavras: problemas histórico-etimológicos (1906); Estudos pernambucanos (1907); O tupi na corografia pernambucana: elucidário etimológico (1907); Diario de Pernambuco, 1825-1908 (1908); Anais da imprensa periódica pernambucana de1821 a 1908(1908).

     O engenheiro e historiador da imprensa brasileira Alfredo de Carvalho morreu no Recife, em 1916.
                                                    
Recife, 24 de novembro de 2004.
(Atualizado em 20 de agosto de 2009).

14 comentários:

  1. MUITO OPORTUNA A POSTAGEM. ESTÁVAMOS NECESSITANDO DESSES ESCLARECIMENTOS FAZ TEMPO.

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    1. Que beleza Antonio! Não sabia que o Alfredo de Carvalho havia sido uma figura de tão elevado porte. Faz na verdade jus a denominação do tradicional educandário em Triunfo.

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    2. PARABÉNS!!!

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  2. Solange Martins Diniz25 de agosto de 2015 às 10:54

    Parabéns para o Antonio Antônio Timóteo Sobrinho, pela matéria, pelo interesse e sensibilidade.Valeu a pesquisa e contribuição para o acervo cultural de nossa cidade.Grande abraço!

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    1. São contribuições assim que a gente precisa.

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    2. Gostei doutor Antonio. Amanhã mesmo irei fazer um questionamento aos colegas na minha sala. Estudamos na Escola de Referência Alfredo de Carvalho e desconhecemos quem é o patrono.

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  3. Francisco Alves Pereira25 de agosto de 2015 às 10:59

    Valeu senhor Antonio Timóteo Sobrinho, faz bastante tempo que desejo saber de quem se tratava aquele que leva o nome da escola que estudei em Triunfo na minha adolescência e nunca tive essa chance.

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  4. Eu, fui alfabetizado pela( alemã) irmã Rafaela no Colégio Stella Maris, depois estudei com a saudosa professora Marly Diniz na segunda-série primária, primeira turma mista nesse Colégio.
    Passei a estudar no Colégio Alfredo de Carvalho e fui da turma que seguiu para o novo prédio, onde tivemos a Diretora Professora Leda Ferraz como diretora.
    Parabéns ao irmão pela matéria, pois não sabia da historia de vida do Dr Alfredo de Carvalho.

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  5. Parabens Antonio. A historia das nossas ruas e predios é de conhecinento imprescindível ....obrigada pela contribuição.

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    1. Aguardo ansioso que o senhor possa ajudar na colheita da nossa cidade com maior frequência.

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  6. Joselaide Vasconcelos26 de agosto de 2015 às 12:00

    Como não me alegrar e parabenizar o ilustre conterrâneo e amigo, Dr. Antônio Timóteo, pela oportuna postagem. Seria maravilhoso se tantos outros se preocupassem em avivar e reavivar nas mentes dos triunfenses, Grandes Nomes que são destaque em nossa cidade. Que não venham a ser substituídos, como já tem acontecido, pelo simples fato de ser cômodo para alguém, apagando assim, Nomes de Pessoas Ilustres que deixaram a sua história com grandes marcos.

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    1. Concordo com a Joselaide, espero que outras pessoas venham também a colaborar no resgate.

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  7. Caríssima Laide, obrigado.
    Entendo que a mudança das denominações de logradouros e edifícios públicos torna a vida dos que habitam a cidade bastante incômoda, além de ser uma medida antieconômica. Os Correios, os cadastros bancários, fiscais e comerciais precisam estar modificando os endereços dos seus integrantes. Sabe-se, lá quanto custa isso? As Câmaras não pensam na população, quando assim agem.

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    1. Joselaide Vasconcelos27 de agosto de 2015 às 01:14

      Concordo contigo, caro amigo Dr. Antônio, e afirmo-te que os componentes das Câmaras, na sua maioria, não têm se preocupado em preservar a história. Infelizmente, essa é a nossa realidade.

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