quarta-feira, 5 de agosto de 2015

"A CASA CAIU!" A DÚVIDA ESTÁ ENTRE O CONSERTO E O REMENDO - POR LUIZ SAUL


O clima de “la maison est tombé”, ou a casa caiu, em que se ampliam as aflições do Planalto pela possível sucumbência do Zé Dirceu, ou de um dos seus comparsas, parece insuficiente para estancar o surgimento de novos fatores de desestabilização. 

Vem por aí uma sub-guerrilha (neologismo de minha livre licença poética) representada pela recondução ou a substituição do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot. Para quem não sabe ainda, em linhas gerais a eleição para a PGR dá-se pela escolha retirada de lista tríplice a ser feita pela Presidência da República, a partir de eleição dos 3 candidatos mais votados pelos cerca de 1700 procuradores federais distribuídos no país. Por tradição, a escolha recai sobre o primeiro mais votado da lista tríplice, que é encaminhado à sabatina pelo Senado Federal.

Tudo bem. Só que se desenha por aí razoável tendência da escolha do mesmo Rodrigo Janot como o primeiro da lista com vista à respectiva recondução.

Tudo seria muito simples não fosse a circunstância de que grande parte dos políticos deseja, implora e reza pelo Janot no cadafalso, aí compreendidos os senadores objeto de denúncia, apontamento, ou indiciamento pela Operação Lava Jato, sob os auspícios ou complacência do PGR atual. Em tal situação, em tese, estariam os senadores Fernando Collor, Valdir Raupp, Ciro Nogueira, Edison Lobão, Renan Calheiros, além dos que lhes são solidários por corporativismo, amizade, medo ou precaução. Junto desse contingente tem os demais parlamentares que não participariam da sabatina, mas, que, deputados, poderiam estar na mira da mesma Operação. Nessa condição, além do Eduardo Cunha (presidente da Câmara), poderiam figurar outros nomes, muitos dos quais ainda desconhecidos do gentil público no andar das investigações.

Implica que, nas hipóteses do Janot no topo da tríplice e da sua rejeição na sabatina senatorial, resultaria inócua e desautorizada a eleição escrutinada pelos procuradores federais, levando estes, em consequência, e compreensivelmente a se pintarem com as cores da guerra por conta do desapreço à escolha. E, no seu infortúnio, nada poderia ser mais desastroso para o Planalto do que uma guerra aberta ou mesmo surda contra o Ministério Público. 

Aliás, acho até que vi ou ouvi em algum lugar que a dilma poderia escolher outro nome não constante da lista, o que me deixa em dúvida entre o conserto e o remendo.

Tenho o convencimento de que naquelas salas não habita a sabedoria. Vou aguardar, então. Mas, por via das dúvidas, se fosse escolher um lado torceria pela recondução.



Por: Luiz Saul Pereira

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