segunda-feira, 27 de julho de 2015

O MAIOR E PRINCIPAL PERDEDOR CHAMA - SE "PATRIA AMADA BRASIL"

Aroeira Cunha

Não se pode falar ainda em ressurreição, porque o drama não terminou e ainda terá muitos novos capítulos. Mas, o fato é que o Eduardo Cunha acaba de dar um freio de arrumação na guerra política, com um enorme efeito psicológico em seu favor. 

Quando o Juiz Moro se descuidou e permitiu ao delator premiado citar o nome do presidente da Câmara em seu depoimento, abriu um flanco capaz de desautorizar a consequência da delação como indicativa de formação de culpa do político. Mais que isso, sustou os efeitos dessa vertente do processo que foi avocada pelo STF, ou mínimo, obrigou o magistrado a prestar prévio esclarecimento à Corte Suprema, antes da eventual continuidade do feito.

Resulta que, com sangue relativa e momentaneamente novo, respira o Eduardo para continuar o ataque sem trégua ao governo dilma, especialmente quanto ao projeto do descasamento dos partidos. Esses ares de reviravolta, embora não encerrando o assunto, enseja o fortalecimento do ânimo da guerrilha no vácuo da indefinição processual. Por isso, o presidente da Câmara dará curso e até orientará o encaminhamento dos pedidos de encurtamento do mandato da saudadora da mandioca, os quais poderão ser barrados, mas garantem um fator de desestabilização. Na mesma linha, e mesmo assegurando que não impedirá a governabilidade, tentará brecar todas as iniciativas do Planalto no sentido de recuperar o prestígio. 

O fato é que, os Poderes Executivo e Legislativo travam uma batalha em que o maior e principal perdedor chama-se Brasil. Notem, por exemplo, o Ajuste Fiscal que diante das circunstâncias em que o país foi colocado, por desleixo e incompetência governamentais, tornou-se imprescindível e inadiável. Mas, a coisa andou apenas de forma modesta e mutilada graças à batalha de egos e de interesses nem tanto publicáveis.

Teoricamente, em agosto próximo o cenário poderá ser ainda mais gravoso para o país na medida de se aprofundar o recrudescer dos desentendimentos políticos. Ainda mais na hipótese de o Eduardo Cunha conseguir com esse novo fôlego manter a sua base de cerca de 290 deputados apoiadores de suas ideias e comportamentos.

Além disso, a Operação Lava Jato, que acaba de sofrer esse revés via Sérgio Moro, poderá apresentar fatos novos como seja a eventualidade da detenção do Lula e do Dirceu. Ambos parecem desesperados solicitando habeas corpus preventivos e, no caso do Lula, além de abrir guerra secundária contra procurador federal que intenta o seu indiciamento, pretende que a sua eventual prisão se dê secretamente, além de estar pedindo socorro a FHC, segundo surge no noticiário.

Mas, ainda tem outros riscos. Imaginem, por exemplo, se o Marcelo Odebretch, o Fernando Baiano e o Renato Duque optarem por acordos de delações! Perigos menores estão na CPI da Petrobrás que perdeu o fôlego e já não alcança a Lava Jato. Mas, poderá constranger o Planalto com as convocações de Mercadante, Edinho, Palocci, Dirceu, e, quem sabe, o Lula.

Nessa altura, a felicidade do Aécio por haver perdido as eleições deve ser imensa, pois ele ou qualquer outro seria obrigado a fazer os mesmos ajustes que estão aí.



 Por: Luiz Saul Pereira

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