quinta-feira, 23 de julho de 2015

É MUITO SEVERINO PARA TÃO POUCO BRASIL - POR LUIZ SAL

Quando Severino Cavalcante, um ex-deputado que assomou à presidência da Câmara dos Deputados para uma gestão medíocre – à qual renunciou em meio a escândalo de propina – sugere que a coisa está pior do que no seu tempo, é sinal de que o parlamento foi seduzido pelo caos. 
 
Pois, com uma versão professoral, o Cavalcante, que, aliás, foi eleito por descuido e por exclusão, denuncia o enfraquecimento da imagem da Câmara, concluindo que a Casa é alvo de piadas. 
 
Nem se percebe nele algum tipo de autocrítica, ainda que a comparação dos momentos de sua com a atual gestão em nada difira quando aferimos a fraqueza de homens na realização da avidez política e financeira de cada um. 
 
Apenas os volumes envolvidos sugerem dimensões das diferentes ocasiões para a avaliação dos comportamentos. No caso do Severino, falava-se de migalhas cedida por um restaurante, enquanto que atualmente o tema é do prato cheio. Mas, ao final tudo se iguala, uma vez que as notícias relacionam o mesmo tipo de comportamento. Em ambos os casos como é a práxis os envolvidos negaram e continuarão negando as práticas irregulares. No primeiro, do Severino, o assunto se escondeu na nossa pouca memória; e hoje ninguém mais lembra. Quanto ao outro, do Eduardo Cunha, aguardaremos o desfecho do STF se o assunto chegar até lá.

 
O que mais resulta dessas anomalias quase cotidianas no seio dos “nossos” políticos, ou de parte deles, é a banalização do delito entranhada nos comportamentos. Noutros tempos, o “cara”, quando alvo de simples suspeita, sequer saia na rua. Hoje, vai para a televisão. Mudaram os tempos ou tudo se ajusta?

Existe uma inversão de valores no ar que permite, por exemplo, que o Lula represente contra o Procurador Federal no DF Valtán Furtado, que o denunciou por intermediação de influências; que o Fernando Collor, depois de flagrado na fase Politeia da Lava Jato, consiga aprovar retaliação no Senado mediante duas auditorias pelo TCU na Procuradoria Geral da República, do Rodrigo Janot; que o Eduardo Cunha invista contra o Juiz Sérgio Moro para sustar eventuais provas produzidas na investigação da Polícia Federal. Neste caso, até com uma boa razão, já que lhe respalda o privilégio do foro. Mas, está tudo invertido.

É que de tanto se desrespeitar a Justiça em terras brasilis, ela já não inspira temor ou respeito.

Emblematicamente, ou não, a famosa advogada Beatriz Catta Pretta, que se notabilizou por patrocinar a defesa de alguns dos indiciados na Operação Lava Jato, de repente renunciou a todos os mandatos daquelas causa, e, segundo consta, está deixando o país. 
É muito Severino para tão pouco Brasil...



 Por: Luiz Saul Pereira



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