quinta-feira, 21 de maio de 2015

SEMPRE SOBRA PRA NÓS - POR LUIZ SAUL PEREIRA


Recebido com alvíssaras um tanto apáticas, o resultado positivo da Petrobrás no primeiro trimestre – R$5,33 bilhões – não pode ser inteiramente percebido como o resultado direto da nova governança, e menos também da reengenharia administrativa. É claro que a liberação de alguns ativos e a instituição de política de contenção de gastos contribuíram para o lucro, ainda que menor ao comparativo do mesmo período de 2014. 

É de se concluir, porém, que o principal vetor do êxito contábil residiu na prática desalinhada dos preços dos combustíveis em relação ao valor internacional do barril do petróleo. E não há de se cogitar compensação pelos tempos em que esses preços eram igualmente desalinhados para baixo.

Naquela época, os preços davam braços e abraços na má fé da campanha eleitoreira imperativa e irresponsável da Dilma e seus asseclas em que todos sabiam do resultado futuro e do preço da fatura. Sobrou pra nós, contribuintes indefesos, e continuará sobrando até que se restabeleça um tipo de normalidade no conglomerado petroleiro.

Resta a esperança do “castigo a cavalo”, pois o avanço das investigações sobre os escândalos que já compõem com quase naturalidade a vida brasileira poderá responsabilizar em algum momento os donos dos malfazejos.

Minha expectativa está depositada neste momento em Ricardo Pessoa, dono ainda da UTC, que já começou a produzir estragos nos alicerces dos beneficiários das propinas. Em sua delação, consta que já “entregou” o Renan Filho, a Dilma, o Edison Lobão, o Haddad, o Lula, como receptadores de ilícitos.

Depois de se manter por tanto tempo em silêncio do tipo intrépido colosso, parece que o ex-empresário optou pela tentativa de salvar a própria pele, inaugurando uma corda de caranguejo, na qual, caindo o primeiro, cairão dos demais.

Além de apontar os receptadores, também devolverá aos cofres públicos R$ 55 milhões, o que, aliás, parece uma ninharia, se comparado com o alcance total. Mas, não importa, porque o resultado moralizador não tem preço.
A lição está na lousa – palavrinha antiga, mas ainda pedagógica. Resta ao Brasil aprendê-la.





Por: Luiz Saul Pereira

3 comentários:

  1. Edgar Alves Moreira21 de maio de 2015 às 21:27

    Sempre formidável ler o senhor Luiz Pereira Saul. Muito claro são seus textos.

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  2. MUITO BOM. PARABÉNS!

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  3. Maria Gorette Sousa22 de maio de 2015 às 08:02

    Todos os dias estou ligada nas publicações dele, pois são notícias quentinhas diretamente de Brasília-DF onde reside. Ele é de Serra Talhada, conheço as irmãs dele.

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