sábado, 2 de maio de 2015

MENINO MALUQUINHO DAS ALAGOAS - POR LUIZ SAUL



O mal assombro da Esplanada dos Ministérios e da Praça dos 3 Poderes já nem chega a estarrecer ou assustar ninguém. Afinal todos sabemos que dali é possível surgir qualquer coisa, inclusive e principalmente o nada. 


Repentinamente, porém, o imperador das Alagoas, Renan Calheiros, doublé de aliado do Governo e desafeto da dilma, no perfeito exercício da incoerência está chamando a si os holofotes e os microfones para inaugurar um novo perfil de crítico mor da inação da presidente, ainda mais depois da implícita declaração de medo do panelaço que a esperava em maio.

Mas, não é só isso. Sem medo aparente de colecionar ou de escolher inimigos, trava uma batalha surda com o seu companheiro de partido e de cargo de presidente, no caso, o Eduardo Cunha, da Câmara dos Deputados. Na extensão, investiu também contra o Michel Temer, seu presidente, e titular do “Ministério” da Vice Presidência das Relações Institucionais. Nessa briga de pretensos cachorros grandes que ele alimenta, nem mais parece o Renan que atuava no campo das conspirações dos subterrâneos da Praça, ou nos convescotes com os comensais à conta do contribuinte.

Contra a dilma, elegeu a exigência de que a moça se manifeste em público sobre assuntos nevrálgicos e do interesse da sociedade ao invés de esconder-se do comprometimento. E emenda dizendo que ela não falará no 1° de maio porque não tem o que dizer.

Contra o Eduardo, ele anuncia que apesar do entusiasmo com que a Câmara decidiu o assunto, ele, Renan, não tem pressa na discussão do projeto de terceirização, sobre cujo conteúdo e filosofia tem se manifestado contrário. Nesse caso, esmaece o entusiasmo da Câmara e reduz o poder do Eduardo, bem ao estilo “quem manda sou eu” ou “ponha-se no seu lugar”. 

E, sobre o Temer, ele o acusa de ser o departamento de recursos humanos do Planalto, que, traduzindo, refere-se à missão dada pela presidente de escolher os ocupantes dos cargos do segundo escalão em mais uma terceirização decidida pela fragilidade do Alvorada. Neste caso, parece rolar uma inveja adolescente que alimenta a rivalidade, uma vez que o poder da distribuição dos cargos acresce enorme prestígio e principalmente poder.

Não se sabe ao certo o que acontece com a cabeça do Renan, mas o fato é que a unidade está implodida. Pode ser que se trate apenas de um surto de segunda adolescência política, ou, noutra hipótese, a prospecção de uma perspectiva dos momentos chegantes no alvorecer de um cenário de substituição de atores. 

Prefiro um enigma do que chamar a velha raposa alagoana ou o Renan masterizado de garoto maluvido ou menino maluquinho com uma panela na cabeça.

Um comentário:

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