sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

QUANDO FEVEREIRO CHEGAR, VÃO SE CATAR! - POR LUIZ SAUL

 
Quando fevereiro chegar, além do carnaval teremos a posse dos deputados e senadores, valendo dizer que teremos dois carnavais.
 
No caso dos deputados, a sua anfitriã, a Câmara, já decidiu que os recepcionará pagando a hospedagem dos 223 novatos, com direito um acompanhante, em hotéis 5 estrelas de Brasília, tudo por conta da Casa. Isso significa 446 ocupantes por 3 dias. Pouco importa se, nas campanhas respectivas, tais indivíduos tenham demonstrado bala na agulha financeira suficiente para dar a volta ao mundo com dinheiros próprios ou arrecadados pelos caixas 1, 2 ou 3. 
 
A contradição que aflora resulta da comparação entre o discurso da equipe econômica para a redução das despesas públicas e a ostentação que se encerra no inusitado “agrado” promovido pela anfitriã. Não seria demais avaliar que esse tipo de movimento pode também embutir um convite à cooptação dos novéis componentes do baixo clero em futuras campanhas de interesse corporativo, ou mesmo influenciá-los no processo da eleição da Mesa. 
 
Até aqui não tem havido limite para o maquiavelismo praticado pelos, digamos mais experientes e calejados na condução desse tipo de boiada. E a propalada “renovação” política dificilmente inovará os comportamentos do todo, na medida em que os partidos praticam a política do efeito manada, e os bois novos e antigos seguem o líder. É até possível que os recém-chegados, desvanecidos com a recepção apoteótica, pressintam em si uma importância que de fato não têm. São apenas massa de manobras, como os seus eleitores o foram. É apenas uma questão de focar um ou outro, em cada tempo e circunstância. 
 
Voltando às despesas de ostentação de camarote, haverá quem argumente a independência dos Poderes para justificar os desencaixes arbitrários e a bel prazer. Isso seria um engano. Afinal, com ou sem independência, os gastos de todos vertem dos cofres do Tesouro Nacional, que, por sua vez é alimentado por ninguém menos do que o contribuinte. Sendo assim, quem pagará a fatura ao fim e ao cabo, serei eu, você e cada qual. 
 
Ao revés de independência, dever-se-ia falar de responsabilidade solidária, talvez informando a cada um dos Poderes que estão todos no mesmo país e sob os efeitos da mesma crise. Até aqui parece que um está na Suécia, outro na Dinamarca e talvez um aqui pelo Brasil mesmo.

Vão se catar!

Por: Luiz Saul Pereira

Um comentário:

  1. Estou completamente de acordo com o senhor Luiz Saul. É isso aí mesmo , a farras dupla nos carnavais brasileiros.

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