Com um público a meia boca na Esplanada, a dilma refez-se presidentE, indo ao Congresso com aquele andar de fundista em esteira rolante para ser recebida por um... bando de alpinistas de escada de anão.
No discurso, cometeu a gafe da aceitável demagogia tradicional desse tipo de ocasião, quando não se referiu à oposição para afirmar ser a presidente de todos os brasileiros. Descortesia a bordo da arrogância.
Sobrando em superficialidade discursiva, quando tentou aprofundar-se mencionou o novo lema “Brasil, a Pátria Educadora” depois de nomear um Ministro da Educação que sugeriu aos professores que se estivessem atrás de bons salários procurassem outra profissão.
Também expôs desde já a contradição entre o que ela e o novo Ministro da Fazenda pensam. Enquanto o Joaquim Levy avalia os problemas nacionais a partir da percepção da dívida pública BRUTA, ela elege a linha da LÍQUIDA, do que resulta uma enorme diferença no contexto do impacto na avaliação da dívida em relação ao PIB. De Lembrar que o Levy não é Mantega.
Ainda referiu ao futuro e inevitável sucesso e visibilidade internacional, em sua visão, das Olimpíadas, no Rio, mesmo depois de haver substituído politicamente o Aldo Rebelo, do Ministério dos Esportes, por um indivíduo sem ligação com a matéria, envolvido em graves irregularidades e repudiado pelos desportistas. Daí que, em princípio, não dá pra levar fé.
Mas, “bunito” mesmo foi quando ela falou da Petrobrás. Em uma inescusável linha de autodefesa denunciou os “predadores internos”, e os ‘inimigos externos” que prejudicaram a Empresa. Em um exercício de interpretação “simpatiquinha” do discurso, acho que predadores internos poderiam ser os dirigentes do Conglomerado nomeados politicamente, inclusive por ela. Já os inimigos externos poderiam ser as empresas construtoras, todas grandes financiadoras das campanhas políticas dela e dos antecessores.
Como ficamos então?
Por enquanto é isso, mas já é um mau começo.
Por Luiz Saul Pereira
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