Tardiamente, a senadora e petista histórica Martha Suplicy vem sugerindo notificação de repúdio ao partido e aos partidários, com a aparência de ensaio de dança de acasalamento com outra legenda.
O cenário em que ela pretende se colocar – provavelmente autoatribuindo uma importância maior do que de fato tem – difere em muito da sua atuação ao longo de sua vida política pregressa. Arvora-se agora em crítica da dilma (o que não chega ser uma vantagem), e “descobre” que o Mercadante, Chefe da Casa Civil, é um inimigo, e que Rui Falcão, presidente do PT, é um traidor. Ora, esses personagens são o que são desde que eram o que eram. Não cabe sequer a cogitação de que ela, na fina intimidade partidária, não sabia, como é a mania petista.
Fica a impressão de que a ex-ministra minguou o espaço que administrava internamente para alimentar a desmedida ambição de voltar à Prefeitura de São Paulo ou a elevação à governadora do seu Estado. Acontece que no aspecto político a sua biografia não a recomenda para tais investiduras, como os seus pares atuais já perceberam. Serve, no máximo, para o exercício de um obscuro ministério de uma gestão igualmente falto de luz.
Os movimentos de agora mais se assemelham ao desespero de um afogado em busca de uma boia salvadora. Certamente seus seguidores embarcam no repentino experimento de ruptura lastreado muito mais na hipocrisia ocasional e conveniente de quem está a caminho do fim do prazo de validade.
Ao fim e ao cabo, depois de conviver com as benesses que o partido lhe concedeu, depois de usar as verbas e os bens públicos de forma inadvertida e atrabiliária de suas viagens internacionais, depois de aconselhar equivocadamente as pessoas a respeito do estupro, parece agora apenas mais uma petista a ser descartada em algum arquivo morto.
Chega de teatro e de hipocrisia.
Por: Luiz Saul Pereira
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