Poder-se-ia dizer que não, mas a investida insana e criminosa promovida na sede da revista francesa, ali nas proximidades da emblemática Praça da Bastilha, pode guardar alguma correlação com as coisas e o momento do Brasil. A França, definida por alguns como o berçário moderno de diversas liberdades, pratica, além de um charmoso mau humor, a perfeita liberdade de expressão, por meio da qual a acidez crítica e irreverente não poupa nada nem ninguém. E foi isso que os criminosos tentaram calar usando equivocadamente o selo do Profeta e do islamismo. Não conseguirão.
Imaginem se esse tipo de escória que usurpa a religião para a prática de crimes descobre que, no Brasil, se produz músicas satirizando os mesmos personagens históricos tipo Moisés, Maomé e que tais, especialmente no carnaval.
Voltando à correlação dos fatos, o ataque criminoso com o objetivo de calar a imprensa de lá haveria de servir de conselheiro ao Ministro Berzoini, das Comunicações, que, no propósito de proteger a bandalha, intenta amordaçar a imprensa por intermédio de uma máscara chamada regulação. A diferença básica das ações é que, por aqui, não se usa ainda a Kalashnikov contra a caneta. Por enquanto.
Com a imprensa livre este país já é o que é, imaginem se esses fundamentalistas perigosos conseguem silenciá-la.
Je ne suis pa Charlie. Mais je suis Folha de São Paulo, Estadão, A Tarde, Jornal do Comércio, a Voz do Sertão, Opinião Triunfo, Jornal do Brasil, O Liberal e tudo o mais.
Por:Luiz Saul Pereira
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