quinta-feira, 23 de outubro de 2014

SE TIVER UM CRAVO E UM CHEIRINHO DE ALECRIM, MANDE PRA MIM - POR LUIZ SAUL


 

A gente, quando não tem o que fazer, fica criando imagem nas nuvens ou escrevendo bobagem, né?
 
Cá pra nós, nada (ou talvez alguma coisa) contra os Cabral e os Caminha, mas bem que eles poderiam ter seguido os caminhos das Índias de lá e deixassem as índias de cá com os holandeses, com os franceses ou até com os javaneses. Essa lenda besta e embusteira de que descobriram o Brasil terminou trazendo a escória para o “crescei-vos e multiplicai-vos” justamente aqui. Justo aqui, aonde em tudo se plantando dá. E como deu, e como dá até hoje. 
 
E olha que tivemos chances de reversão! Mas, vai que a indiaiada carioca expulsou os franceses, que resolveram então fundar Quebec e Montreal, cidades modelo de organização e progresso cultural, dentre outras riquezas. E vai que nós, os pernambucanos, expulsamos os holandeses, além do que, em algum momento, deixamos escapar pelos dedos, os judeus, que então foram contribuir para a fundação de uma “cidadezinha” chamada New York New York. Ainda acho que a herança cultural de um ou outro país (ou dos dois) poderia produzir uma colheita melhor do que a dos dias de hoje. Ou alguém imagina ou discute que o Brasil de hoje, os homens do Brasil de hoje, não carregam o DNA das origens dos “descobridores”? Hein?

Sem renegar, e lembrando sempre do conselho da Martha Suplicy, eu bem que poderia estar hoje falando um très bien com biquinho e tudo, embora saiba também que poderia estar na guilhotina. Sei também que o Suriname, antiga Colônia Holandesa, não deu um passo à frente, além de Clarence Seedorf. E ainda tem que a Colônia Francesa mais se notabilizou pela prisão chamada a Ilha do Diabo, na qual encerrou René Belbenoît, para criar a lenda quase verdadeira de Papillon.

Mas, não custa devanear que a aventura poderia ter sido diferente na formação do pensamento e do comportamento dos homens de hoje, ora pois, pois.
 
Em tempo: gosto de fado, de vacalhau e de Portugal, mas, não dos companheiros marginais e arriscosos dos “descobridores” que vieram “descobrir” e principalmente cobrir nossas índias. Deu no que está dando.

Sem ressentimento, Opá! E se tiver um cravo e um cheirinho de alecrim, mande para mim.


 Por: Luiz Saul Pereira

3 comentários:

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