Dois inusitados nesta semana, no Brasil: um, na política, outro, no esporte.
Na política, a tal da Dilma entrou em pânico ao desistir de entrevista previamente combinada com William Waack, certamente reconhecendo as dificuldades de organizar em um mesmo contexto a combinação das palavras com o pensamento.
Na política, a tal da Dilma entrou em pânico ao desistir de entrevista previamente combinada com William Waack, certamente reconhecendo as dificuldades de organizar em um mesmo contexto a combinação das palavras com o pensamento.
Depois da eclosão do novel fenômeno Marina, a presidente encurralou-se na escuridão dos seus medos, aparentemente vendo em tudo que se lhe apresenta um perigo real e imediato, inclusive o seu partido. Cruelmente, a Rede Globo e o entrevistador divulgaram as perguntas que lhe seriam feitas, juntando ao mesmo tempo as possíveis respostas, extraídas da repetição monocórdica e decorada de discursos recentes, organizados pela equipe de campanha.
Em momento em que todos os candidatos se oferecem ansiosamente aos meios de comunicação para vender as suas ideias e projetos de encantamento dos eleitores parece inexplicável que a presidente haja desistido de comparecer justamente a um dos programas carro-chefe da mais capilar rede de televisão. Hoje, é bastante razoável imaginar que a presidente sente a aproximação do ocaso que até pouco tempo se afigurava inimaginável, na época em que chegou a acumular índices elevados de prestígio resultante de propaganda manipulada.
De quebra, na periferia do desespero, jogou o seu ministro Mantega aos leões, ao anunciar veladamente modificações na equipe da economia, em Belo Horizonte, justamente nas Minas Gerais. Há muito o ministro já deveria ter sido substituído, mas, a ocasião denota traição, oportunismo e desespero.
Já na área do esporte, o inusitado ficou por conta do banimento do Grêmio da Copa do Brasil, nem tanto pela exclusão, mas pelo motivo que a originou. Injúrias raciais, no Brasil, constituem fatos corriqueiros que a sociedade hipócrita e a justiça leniente fazem vista grossa mesma proporção.
Não se aposta que a punição ao Clube seja apenas momentaneamente pedagógica ou um sinal dos tempos para o início de um basta nesse tipo de conduta. Pode ser que estejamos ultrapassando o estágio em que romântica e comodamente se apregoou que no Brasil não se pratica o racismo. Esta é uma mentira deslavada que se vem repetindo há séculos como forma de esconder a vergonha embutidas nas mentes de todos.
Que o digam os bolivianos, os índios, os amarelos, os nordestinos (dependendo de onde estejam), os negros, os pobres, os eleitores fora do período eleitoral, e tantos outros grupos que sofrem as agruras de não ter e de não ser neste país. Acho que até as cotas raciais instituídas como meios de inclusão terminam por ser o perfeito reconhecimento do racismo daqui.
É de se aguardar. Mas, que foi inusitado, foi sim.
Por Luiz Saul Pereira
Ainda bem que não estamos mais no azarado mês de agosto......
ResponderExcluirCADA SITUAÇÃO MAIS HILARIANTE DE QUE A OUTRA. VAI-TE!!!
ResponderExcluirO candidato a governador de Pernambuco Armando Monteiro tem um projeto pessoal de chegar ao Palácio do campo das Princesas, no entanto disputa sem nunca ter vivido a experiência de, ao menos uma única vez, embarcar num ônibus em algum terminal integrado, como Xambá ou da Macaxeira. Sentiria na pele o sufoco imposto aos passageiros.
ResponderExcluir