SERÁ QUE VALE A PENA À TROCA? POR LUIZ SAUL

Estou para me convencer de que até a oposição tipo PSDB, DEM e PSB torcem pela troca da tal da Dilma pelo Doutor Lula. A questão é que, ante a perspectiva de derrota, na qual ninguém fala, mas podem pressentir, parece mais fácil conviver com a voz gutural do barbudo do que com a irascibilidade da doida por mais 4 anos.

 
No início, todos pensavam que o estilo gerentona da moça haveria de se constituir na melhor ferramenta para colocar as coisas no lugar nesse desordenado país. Com o tempo, o desgaste natural de qualquer governo que se expõe o que mais sobressaiu foi a incapacidade da presidente de se relacionar com as instituições, com os partidos chamados aliados e até com aqueles da oposição. A sua relação com os auxiliares mais próximos está longe da colaboração e muito próxima do medo, o que tende a corroer a voluntariedade do emparceiramento. 

 
A queda das intenções de voto retratada nas pesquisas e a rejeição que ali se registra revelam o resultado objetivo do cansaço da imagem, do esgotamento do anacronismo do modelo, e, sobretudo, da avaliação popular da incapacidade de administrar as crises. Na verdade, o governo brasileiro, longe de constituir uma equipe, está mais próximo de um bando resultante de condomínio sem síndico, e sem comando, uma vez que cada “empregado” atende ao próprio senhor. Bobagem essa coisa de dizer e pensar que ela está no comando. 

 
A última pesquisa dando conta do gradual derretimento da presidente deve estar com ares de hecatombe no seio do comando e esgotando o estoque de ideias dos seus marqueteiros. 

 
A sorte da moça é que ela dispõe dos votos armazenados pelo proselitismo das bolsas isso e aquilo, que ainda lhe podem talvez garantir a reeleição, na medida da fragilidade dos adversários.

Mesmo assim, a intenção do Volta Lula está no ar. Entre ela e ele, não quero nenhum dos dois. Mas, se não tiver alternativa, melhor ele.

Por: Luiz Saul